Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a sardinha em conserva não possui conservantes. As marcas ainda mantêm parte do processo artesanal que permite proteger os nutrientes do pescado por vários anos. Dessa forma, a procura pela sardinha tem aumentado nos últimos tempos, principalmente por marcas de origem europeia.
Com mais de 150 anos de história, a sardinha em conserva mantém uma receita de fabricação simples e original. Nesse sentido, a tecnologia e as máquinas surgiram apenas como um reforço de peso para agilizar o processo e abrir brechas para a criatividade.
Nesse processo industrial que mantém características artesanais, as marcas se reinventam para explorar os sabores desse alimento tão rico em nutrientes. Sem nada de conservantes, quem ganha é o consumidor.
Conhecer a produção da sardinha em conserva é como conhecer a história de cada pessoa envolvida nesse processo.
Histórias que valem a pena conhecer
Existem histórias curiosas sobre a presença da sardinha em conserva em momentos importantes no século XX. Uma delas é sobre três latas de sardinha Ramirez encontradas em um bunker na Alemanha em meados dos anos 50, anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. E, como era de se esperar, elas ainda estavam boas para consumo.
Outro caso semelhante foi relatado por José Antônio de Vargas Dias Lopes, jornalista gastronômico brasileiro. O tradutor inglês Vyvyan Holland (1886-1967), era tão fanático por sardinha em lata que organizava degustações às cegas para avaliar diferentes marcas. Ele chegou a testar produtos fabricados mais de 30 anos antes.
Ele achava injusto o preconceito com os enlatados, que começaram a ser inventados em 1808, pelo pâtissier francês Nicolas Appert. Em suas preleções, Holland contava que, em 1824, numa expedição ao Ártico, o almirante e explorador britânico William Edward Parry perdeu duas latas, uma contendo ervilhas e outra com carne bovina. Recuperadas e abertas na Inglaterra em 1911, portanto 87 anos depois, “ainda estavam em perfeitas condições de serem ingeridas”, segundo ele.
Por que a sardinha em conserva dura tanto tempo?
No processo de conserva mais artesanal, a sardinha é cozida em grandes fornos a vapor antes de ir para a lata. Esse cozimento prévio faz aflorar sabores mais intensos e diversos daqueles decorrentes do cozimento direto na lata e consiste no diferencial de algumas marcas.
Cruas ou previamente cozidas, as sardinhas são colocadas manualmente nas latinhas com os demais ingredientes (óleo, azeite, molho de tomate, temperos). A latinha fechada é submetida a altas temperaturas, que esterilizam a lata e o seu conteúdo, matando qualquer micro-organismo. Esse “cozimento” da latinha em alta temperatura funciona como uma panela de pressão e não deixa escapar nenhum sabor.
E o sabor? A “convivência” dos ingredientes no ambiente fechado da lata faz com que a sardinha em conserva fique mais saborosa com o passar do tempo. No entanto, é preciso atentar para o prazo de validade, que gira em torno de 4 anos.
Dessa forma, é possível afirmar que existe um tempo mínimo de preparo para a sardinha em conserva. Ou seja, não é um produto instantâneo. A produção é limitada e, por isso, as marcas se dedicam aos cuidados e detalhes na hora do preparo.
Na produção de sardinha artesanal as latas podem ficar até 6 meses em estoque antes de serem distribuídas para a venda, pois, assim como o vinho, algumas receitas de sardinha em lata ficam melhor com o tempo.
A pesca sustentável e fabricação da sardinha artesanal
Algumas empresas têm se especializado na produção de sardinha artesanal. Esse diferencial permite que o consumidor deguste diferentes sabores e ainda apoie a pesca sustentável de sardinhas.
O mercado da sardinha teve seu auge no início do século XX com grande volume de pescas e indústrias no setor. Mas isso provocou um desequilíbrio no ecossistema marinho e hoje a produção de sardinha é consideravelmente menor.
Nesse sentido, as marcas têm se engajado em apoiar a pesca sustentável e a produção de sardinha artesanal. Com isso, comunidades inteiras podem ser envolvidas no processo de fabricação, garantindo a subsistência dessas famílias.
Além disso, a atuação de entidades ambientais é importante para garantir o equilíbrio da vida no mar. A MSC (Marine Stewardship Council), por exemplo, é uma ONG que realiza estudos sobre a reprodução de espécies de peixe, incluindo a sardinha. Assim, é possível estabelecer um diálogo entre produtores, pesca sustentável e meio ambiente
Nutrientes da sardinha em conversa
Toda essa cadeia de produção é responsável por garantir um alimento nutritivo e saboroso. A sardinha em conserva pode ser cozida, assada, servida como aperitivo, com molho de tomate, dentre várias outras receitas. Perfeita para todos os momentos.
Além disso, a sardinha é rica em ômega 3, cálcio, ferro, magnésio, fósforo, vitaminas A, B1, B12 e D. Suas proteínas protegem nosso sistema circulatório, muscular e nervoso. Nada de conservantes, somente nutrientes.
Da pesca à distribuição, a sardinha é especialmente preparada para você ter experiências gastronômicas incríveis.
Conheça nossa loja. Saiba mais sobre a Fui ao Mar!