Você é do tipo de pessoa que gosta de ler rótulos de produtos? Pois bem, essa é a única forma possível de identificar os ingredientes dos alimentos. Por exemplo, as pessoas pensam que sardinha em lata faz mal à saúde, mas é exatamente o contrário. Neste artigo, conversamos com a nutricionista Bruna Pavão sobre os benefícios nutricionais da sardinha com azeite em conserva.

Para você ter noção, nos últimos anos, em países desenvolvidos, as doenças relacionadas com o estilo de vida sedentário tornaram-se um grande problema de saúde pública. Diversos estudos epidemiológicos e clínicos demonstraram que a dieta é um dos principais fatores que influenciam a suscetibilidade a doenças ligadas ao estilo de vida.

Esses estudos examinaram os hábitos alimentares e revelaram benefícios para a saúde por meio do consumo de pescados, em razão dos seus componentes funcionais como os ácidos graxos, em especial, o ômega-3.

Você tem o hábito de comprar sardinha em lata? Você sabia que esses alimentos estão entre os mais ricos em nutrientes? Confira nossa entrevista sobre os benefícios nutricionais da sardinha com azeite.

Entrevista com Bruna Pavão: Benefícios nutricionais da sardinha com azeite

 

  • Existe diferença nos nutrientes encontrados entre peixes frescos e peixes em conserva? Se sim, qual?

 

Segundo alguns especialistas, ambos os peixes possuem uma ótima composição nutricional, pois apresentam vitaminas e minerais importantes à saúde humana como, por exemplo, o zinco, cálcio, vitamina A e gorduras boas como o ômega 3.

A diferença entre eles se dá pela adição de sal que muitas vezes pode ocorrer na versão em conserva.

Os peixes in natura são opções mais viáveis para quem possui mais tempo para prepará-los e para aqueles que preferem o sabor do alimento em sua forma natural, já o que o sabor dos alimentos frescos costuma ficar em maior evidência. 

Já os peixes enlatados são opções para aqueles que procuram uma alimentação mais saudável, porém de forma mais prática para o dia a dia. Além disso, a vantagem dos enlatados está também no seu maior tempo de validade, podendo ser consumido muitas vezes em até 5 anos.

Quando o peixe é conservado em azeite, por exemplo, seus nutrientes não são dissipados, devido a todo o processo de preparação que é capaz de manter as características organolépticas e nutricionais do alimento fresco por muito mais tempo. 

 

  • Por que devemos consumir peixes pelo menos duas vezes na semana?

 

O consumo de peixe pelo menos 2 vezes na semana é conhecido por ser uma ótima alternativa para trazer melhores benefícios para a saúde, já que  possui alto valor biológico, sendo uma importante fonte de aminoácidos essenciais, aqueles que o corpo humano não é capaz de produzir e que necessitamos adquirir através da alimentação, a fim de atender as necessidades corporais de proteínas.

Podemos citar como exemplo o aminoácido lisina, também encontrado em alimentos como arroz.  

Além disso, o consumo regular de peixes também possui efeito protetor em relação a algumas doenças relacionadas ao sistema cardiovascular.

Vários estudos epidemiológicos e clínicos também vêm demonstrando que a dieta com consumo de pescados é um dos principais fatores que influenciam na susceptibilidade a doenças relacionadas ao estilo de vida como as doenças cardiovasculares. Essa associação se dá principalmente porque os pescados possuem componentes funcionais, aqueles responsáveis por trazer benefícios à saúde, como as gorduras boas, mais especificamente o ômega 3 e o ácido docosahexanoico (DHA)

Tanto o ômega 3 quando o DHA depois de ingeridos são responsáveis por diminuir a atividade das plaquetas sanguíneas, evitando a formação de coágulos de sangue que podem levar a um derrame ou infarto e também diminuem os níveis de triglicérides no sangue, uma gordura considerada ruim para o organismo quando está em quantidade mais elevada.

O DHA também é responsável por estabilizar a atividade elétrica do coração, evitando arritmias cardíacas. 

Por esses motivos, podemos dizer que as gorduras presentes no peixe trazem enormes benefícios para a saúde cardiovascular, devendo estar presentes na alimentação no mínimo 2 vezes por semana.

 

  • O consumo varia com a idade? Crianças e idosos devem consumir quanto por semana?

 

A recomendação de peixes não varia conforme a idade. A OMS recomenda a ingestão de 1 a 2 vezes por semana em todas as idades, enquanto a American Heart Association recomenda a ingestão de peixe de 2 a 3 vezes por semana. Porém, deve-se dar uma importância maior para o público infantil que muitas vezes apresenta uma aceitação mais baixa para o consumo de peixe.

Por isso é necessário que os pais e professores incentivem o consumo das crianças em fase escolar para que estes alcancem a recomendação de consumo.

Uma forma de aumentar a aceitação no público infantil é introduzir os peixes em receitas criativas, com formatos e cores atraentes. Além disso, é importante ressaltar que o ideal é consumir os pescados nas refeições principais, como almoço e jantar.

 

  • Em relação ao azeite, o ideal é consumir o que vem no peixe em conserva? Explica pra gente como isso funciona.

 

O azeite presente na lata é uma ótima opção para incrementar as receitas e dar um toque especial no sabor, tornando indispensável o uso da adição de mais azeite na preparação, o que traz ainda mais praticidade no dia a dia. São ótimas opções para salada, antepastos e preparações com legumes.  

Porém, se comparado aos demais azeites não possui nenhum benefício extra à saúde. 

 

  • Por fim, uma curiosidade: os peixes selvagens têm mais nutrientes que os peixes de cativeiro?

 

Sim. Segundo pesquisas recentes como a pesquisa chamada Agricultural Research Service realizada nos EUA, os peixes de cativeiro apresentam menor quantidade de ômega 3 e DHA se comparados aos peixes selvagens.

Além disso, os peixes de cativeiro possuem 20% menos proteínas.  Essas diferenças nas concentrações de ômega 3 e DHA se devem à alimentação que os dois tipos de peixes recebem.

No cativeiro os peixes podem ser alimentados com farinhas e rações além de outros alimentos com menor valor nutricional, já os peixes selvagens possuem uma alimentação mais limpa e natural, contribuindo para uma melhor composição corporal. 

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